terça-feira, 12 de abril de 2011


 

ENCURRALADO

José Cardoso

Encurralado fiquei,
ingênuo me apaixonei,
por mulher experiente,
sedutora e tão ardente,
que domina minha vontade,
quando seu perfume invade,
nosso ninho do amor,
deixando-me em torpor,
como a um embriagado,
que perdeu toda a noção,
um ébrio subjugado,
tamanho é meu tesão......

Não encontrando saídas,
me entrego sem medidas,
a essa fera felina,
que possui ar de menina,
mas na maneira de amar,
muito tem a ensinar,
pois conhece meus segredos,
minha taras, meus desejos,
de meus pontos mais sensíveis,
extrai sensações incríveis,
sabendo onde tocar,
para ver-me delirar......

Desconhece o que é tabu,
ao expor seu corpo nu,
usando de malandragem,
se faz gata em vadiagem,
aumentando minha cobiça,
em trejeitos me atiça,
como se já soubesse,
tudo o que me apetece,
despudorada ao beijar,
para mais me excitar,
até que eu peça clemência,
não suportando a ardência,
que em meu sexo se instala,
com o furor que me avassala......

Como ao bote de uma cobra, traiçoeira se desdobra,
inventando posições,
que me deixam em convulsões,
meus limites exaurindo,
nos gozos que vão surgindo,
delicia-se ao ver,
meu corpo a se contorcer,
urrando feito animal,
num orgasmo triunfal......

Deixei-me encurralar,
por esse jeito de amar,
esse querer vicioso,
permissivo e saboroso,
de atingir o prazer,
até se arrefecer,
estou preso em armadilha,
qual marujo em escotilha,
de um navio em alto mar,
sem saber se vai voltar......

Não dou a mínima pra isso, continuarei submisso,
degustando esse feitiço,
pois certeza tenho agora,
dessa paixão que devasta,
desse fogo que se alastra,
com poderes de exaurir,
e as forças consumir,
nunca mais irei fugir......

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